A esperança na verdade

A esperança que não se realiza deixa o coração doente,
mas uma que se realiza é (como) uma árvore de vida.

– – Provérbios 13:12 – –

Durante o tempo que Nina esteva conosco fizemos o possível para descobrir a verdade. “O que Nina realmente tem? Quão severo é a síndrome de Patau? O que o médico não está nos dizendo? O que os artigos científicos publicados podem nos dizer? Como eles nos ajudam? Existem médicos bem preparados para nos ajudar com o parto dela? Algum pediatra profundamente ciente de uma situação como essa?” A lista de perguntas era grande.

As questões não eram somente horizontais, ou seja, de um pai para um médico, de uma mãe para pesquisadores, de avós para amigos(as). As dúvidas também eram verticais, ou seja, como tudo isso se relacionava com Deus. Morte, vida, estado eterno, paraíso, inferno, Criador, deficiência, pecado, etc. Qual é a verdade? Como descobri-la? Karen, eu e todos próximos de nós buscávamos por respostas.

Hoje, ao pensar no provérbio acima (13:12), pensei em pessoas que desconhecem a Verdade – sim, Verdade com a primeira letra maiúscula. Somente consegui pensar em duas opções para tais pessoas: (1) ou elas se frustram agora, ou (2) elas se frustram depois.

É inerente ao ser humano desejar que o porvir seja bom, útil, vantajoso, produtivo, benéfico, ainda que tenhamos estes conceitos deturpados. Assim, em última análise, é inerente esperarmos por algo que entendemos ser bom para nós mesmos, o que cada um de nós pensa ser bom para si mesmo.* Perceba, por exemplo, que no coração de cada homem e mulher está o anseio pela eternidade – isso é um ótimo desejo! (Eclesiastes 3.11)

Por sermos criaturas, ao contrário de Deus, o Criador, não somos oniscientes; nossas previsões são limitadas. Ainda, a verdade não reside em nós. A onisciência é uma característica exclusiva de Deus e Verdade é sua essência. No caso da Nina, conhecíamos o que as estatísticas falavam para os casos semelhantes ao dela, mas também conhecíamos casos excepcionais: viveria ela somente 48 horas ou chegaria à adolescência? Não tínhamos essa resposta, mas tínhamos o conhecimento de que a morte atinge todo homem e toda mulher (Rm 6.23). A morte da Nina não era o nosso desejo, tampouco a nossa esperança, mas éramos conhecedores da realidade da morte e da real esperança que há em Deus por intermédio de Jesus Cristo. Os filhos de Coré assim descreveram o que parece ser uma experiência de Davi: Por que você está assim tão triste, ó minha alma? Por que está assim tão perturbada dentro de mim? Ponha a sua esperança em Deus! Pois ainda o louvarei; ele é o meu Salvador e o meu Deus. (Sl 42.5-6a; grifo meu).

Agora, e quando a esperança está longe de ser baseada na verdade? E quando nosso desejo pela vida de nosso filho ultrapassa a realidade e reina sobre nosso intelecto e nossa emoção? E quando fazemos do nosso filho o motivo da nossa existência? E quando acreditamos que a medicina possui todos os recursos necessários para curá-lo? Tais esperanças se baseiam em alvos irreais e deixam o coração doente logo que a verdade é revelada. E quando acreditamos que nossos filhos voltarão a viver (reencarnação)? E quando acreditamos que nossos filhos se tornaram anjos?** E quando achamos que o tempo é tudo o que precisamos para enfrentar o luto? E quando nos esquecemos (ou melhor, não cremos ou negligenciamos) que a Bíblia, palavra de Deus, afirma categoricamente: Jesus disse: “eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não ser por mim.” (João 14.6) Tais pessoas, inevitavelmente, um dia se depararão com a Verdade – todos conhecerão a Verdade.

Portanto, como visto, há somente duas opções para aqueles que desconhecem a Verdade e colocam suas esperanças em algo irreal: frustrar-se agora ou depois. Para usar as palavras do sábio poeta de provérbios, esperanças que não se realizam deixam o coração doente. Tais pessoas precisam ser informadas que nenhuma esperança pode se cumprir se ela não for baseada na verdade. Aqueles que assim procedem, ou seja, aqueles que anseiam de acordo com a verdade, possuem a oportunidade de sentirem o vigor da árvore de vida.***

 

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* O grande equívoco do primeiro homem e da primeira mulher foi exatamente acreditar que eles poderiam ter um conceito, ou conhecimento do que é bom melhor do que o próprio Deus.

** Mesmo quando a Bíblia tão claramente coloca o ser humano numa posição que nem mesmo os anjos têm? Nós fomos criados à imagem e semelhança de Deus!

*** Deus é fiel e sempre cumpre o que prometeu. Dentre suas promessas, eu lhe convido a primeiramente conhecer o que Ele prometeu para aqueles que têm fé em Jesus Cristo. Para isso eu sugiro que você leia o Evangelho de João, cap. 6.

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